Promoção de ações rotineiras de fiscalização, educação sanitária, monitoramento de pragas e doenças, entre outras frentes, garantem o desenvolvimento sustentável e competitivo

O controle de qualidade, bem como de inspeção, padronização e armazenamento de produtos e subprodutos de origem animal e vegetal, são fatores fundamentais para garantir que os produtos paraenses atendam a exigência do mercado interno e possam competir em preço e qualidade no restante do país. A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) promove ações rotineiras de fiscalização, educação sanitária, monitoramento de pragas e doenças, entre outras frentes, para garantir o desenvolvimento sustentável e competitivo do agronegócio.

Entre os programas permanentes na área vegetal estão: atividades de monitoramento da mosca-da-carambola em todo o Estado – controle e erradicação do foco em no distrito de Monte Dourado, em Almeirim, e no município de Gurupá (Marajó); inspeções nas áreas de citrus, para manutenção do status de Área Livre; levantamento de detecção de pragas dos citros, monilíase do cacaueiro (causada pelo fungo Moniliophthora roreri) e inspeções de pragas nas lavouras de soja.

Entre as ações, destaca-se ainda a investigação epidemiológica, trabalho desenvolvido pela Adepará que assegura a sanidade aos produtos, para que estejam sempre aptos à comercialização.

As ações periódicas de fiscalização fixa e móvel são necessárias para manter a regularização dos produtos e subprodutos de origem vegetal.

O diretor-geral da Adepará, Jamir Macedo, explica que a agricultura paraense tem papel de grande relevância para o desenvolvimento econômico do Estado. “O Pará tem características geográficas peculiares, que proporcionam o crescimento e expansão de diversas culturas, dentre as quais podemos destacar o rebanho bovino que supera 21 milhões de cabeças, a produção de cacau e abacaxi como as maiores do Brasil e o avanço crescente dos grãos e soja. Com isso, o Agro ganha força e maiores investimentos, tanto da iniciativa privada como do governo do Estado, estimulam o desenvolvimento do setor em todas as etapas da produção de maneira perene e sustentável”, explicou.

Liderança

O Pará está no topo da produção nacional de cacau, abacaxi e açaí, além de ocupar a oitava posição na produção de banana. Outras culturas, como a da soja, estão surgindo como grandes potenciais para o agronegócio paraense.

A produção de citros também está crescendo, com destaque para o município de Monte Alegre, no Baixo Amazonas, que é considerado o maior polo produtor de limão Thaiti do Pará. Dados da Unidade de Certificação Fitossanitária de Origem (UCFO) da Adepará, apontam 6.613 propriedades cadastradas e 5.912 agricultores desenvolvendo atividades na área vegetal. Os dados são do Sistema de Integração Agropecuária (Siapec).

Cacau

Mais da metade do cacau produzido no Brasil é paraense. Em 2020, a produção da fruta no Estado foi de 144.663 toneladas, o equivalente a 52% da produção nacional. A Adepará é responsável pelo planejamento e execução de atividades que promovam a sanidade e a qualidade da produção agrícola. Cerca de 30 mil produtores atuam com a cacauicultura no Estado, em 29 municípios. Medicilândia, Tucumã e Tomé-açu lideram o ranking de produção paraense.

Banana

Com 33.662 hectares de área plantada e uma produção de 381.248 toneladas ao ano, o Pará é o 8º produtor de banana no ranking nacional. 38,27% da produção paraense de banana é proveniente da Transamazônica. As principais variedades produzidas no Pará são: banana Prata (90% em Belém consome essa variedade), Mysore, Nanica, Comprida, Conquista, Branca (maçã) e a Inajá.

Abacaxi

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará é o maior produtor de abacaxi no Brasil, com uma produção de 22.726 unidades por hectare. A fruta, cultivada em uma área de 18.779 hectares, tem sua produção acompanhada pelos técnicos Adepará, por meio do Programa Fitossanitário da Cultura do Abacaxi.

Os municípios de Floresta do Araguaia, Conceição do Araguaia, na região sudeste, e Salvaterra, no arquipélago do Marajó, são os maiores produtores.

Comércio

A rastreabilidade do fruto garante o comércio de abacaxi paraense dentro e fora das fronteiras nacionais. Ou seja, sua cadeia produtiva está organizada e passível de acompanhamento desde o momento da produção até à comercialização do fruto, o que garante ao consumidor informações sobre a origem e as práticas de produção do produto consumido.

A ferramenta utilizada para fazer esse rastreio de frutas e vegetais frescos, no Pará, é o Guia de Trânsito Vegetal (GTV), documento que deve acompanhar as cargas de vegetais dentro do Estado. A Guia é emitida pela Adepará com base nas informações de cadastro de produtores. Ela identifica a origem, rota, quantidade do produto, finalidade e seu destino.

Educação sanitária – Uma das frentes mais importantes da Adepará é a educação sanitária, fundamental para instruir o produtor sobre o manejo das plantações e notificações de doenças que possam atingir as lavouras. Por isso, a educação sanitária é outro trabalho desenvolvido de forma regular pela Adepará, levando ao público ações educativas desenvolvidas com as comunidades e entidades representativas de produtores rurais, além de escolas do meio urbano, feiras agropecuárias, universidades e outros eventos do setor. Essas ações geralmente são elaboradas e executadas em parceria com as comunidades, valorizando a integração.

CAPACITAÇÃO

A equipe técnica da Adepará também promove capacitações regulares, cuja proposta é conscientizar e sensibilizar agricultores sobre a importância em identificar e notificar doenças obrigatórias como brucelose, tuberculose, febre aftosa, peste suína clássica e doença de newcastle.

A gerente de Educação Sanitária da Adepará, Karina Santos, destaca a importância das capacitações rotineiras nos municípios e como as ações contribuem para fortalecer a relação da Agência e os produtores.

“São temas que têm relação direta com o dia a dia do produtor, então ele precisa conhecer e se atualizar sobre as doenças que podem atingir seus animais. E, também, como proceder caso identifique qualquer suspeita. É uma oportunidade de ouvir sugestões e ideias dos produtores, para melhorar ainda mais os serviços ofertados pela Adepará em seus municípios”, garante.

Por Rodrigo Reis (ADEPARÁ)

Fonte: Mercado do Cacau