Cacau, sustentável pela
própria natureza

A cultura do cacau, além de importância econômica e social, representa também desenvolvimento sustentável nas comunidades onde está inserido, na Mata Atlântica (BA e ES) e na região Amazônica, como PA, RO e MT.

Uma das principais características da produção é funcionar como um importante sumidouro natural de gás carbônico, ou seja, além de não emitir gases, ainda absorve boa parte do carbono presente na atmosfera.

Um estudo feito pela ONG Solidaridad que avaliou o balanço de carbono, que é o quanto a atividade emite e sequestra esse gás, verificou que o sistema de produção de cacau na agricultura familiar na Amazônia em 2016, tem um impacto ambiental positivo, porque boa parte de seu cultivo é feito à sombra, com suas árvores plantadas em áreas de floresta, auxiliando na absorção de carbono do meio ambiente.

O estudo mostrou que em 18 anos, o sistema sombreado estoca cerca de 300 t CO2/ha, com uma média de sequestro de 16,6 t de CO2/ha/ano.

Em 2016 o balanço médio de carbono das áreas de cacau ficou negativo em 120,6 toneladas de CO2 por ano.

No mesmo período, a área de floresta nativa na mesma região registrou um balanço negativo de 6,5 toneladas de CO2. Ou seja, as áreas de cacau sequestraram mais carbono do que as áreas com floresta nativa.

Desafios

Diante de todos os benefícios que a produção de cacau traz para os produtores, para a sociedade e para o meio ambiente, estimular o desenvolvimento desse setor da agroindústria brasileira torna-se fundamental. Justamente por isso, a AIPC vem trabalhando como parceira e apoiadora em uma série de ações e projetos que visam o incremento de potencial produtivo de cacau nos próximos anos de forma sustentável, para que o Brasil possa voltar a produzir 100% de seu cacau e ainda ter excedente exportador.

Assim, projetos como o Cacau Floresta, desenvolvido pela The Nature Conservancy, o Projeto Verena e as ações da Solidaridad, ações visam a restauração de áreas degradadas por meio do plantio de espécies nativas, incluindo o cacau, e o fortalecimento da agricultura familiar, são exemplos de iniciativas que já estão sendo feitas para que nos próximos anos, a produção de cacau aumente, contribuindo para a preservação ambiental e a geração de ainda mais renda para as famílias. Além disso, o trabalho em parceria com o Senar-BA por meio do Pro-Senar Cacau, vem auxiliando na organização dos produtores, gestão das propriedades, difusão de tecnologias e aumento da eficiência produtiva.

Outras ações importantes vêm sendo desenvolvidas junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), que ganhou autonomia para trabalhar com os Sistemas Agroflorestais (SAF), permitindo assim que haja a integração do cultivo de cacau junto a outras culturas, garantindo aumento da produtividade e da renda dos produtores, na mesma área plantada. Com esses trabalhos, a expectativa é que a área plantada de cacau via sistemas agroflorestais passe de 700 mil hectares para 1 milhão até o ano de 2028. Com isso, a produção nacional também deverá crescer e chegar a 400 mil toneladas no mesmo período.

Futuros

Diante de todo esse potencial, planejar o futuro é fundamental para que o setor cacaueiro do Brasil continue crescendo. Assim, ações que começam agora, terão resultados importantes para atividade nos próximos anos. Uma delas é a assinatura do acordo de cooperação entre o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e o Banco da Amazônia/ Banco do Nordeste (Basa/ BNB) para a liberação de green bonds no cacau.

Tratam-se de títulos de dívidas emitidos por entidades públicas ou privadas, cujo objetivo é financiar investimentos em projetos sustentáveis. Essa operação, inédita no mundo, se consolidou graças aos esforços de um grupo de trabalho, reunido para falar sobre chocolate e cacau, coordenado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), com a participação das principais entidades da cadeia produtiva, Abicab, MAPA/CEPLAC, Faeb, MMA, MRE, MI, Apex-Brasil e a própria AIPC.

Ações como essas certamente serão úteis para fazer com que o Brasil expanda sua área plantada de forma economicamente viável e ambientalmente responsável. Com isso, a expectativa é de que nos próximos anos, o país volte a ser autossuficiente na produção de cacau, com potencial não só para atender à demanda interna, mas também para aumentar nossa participação no competitivo mercado internacional.

Parcerias

Conheça mais de cada um dos projetos de fomento da produção de cacau no Brasil no link dos nossos parceiros.

Parceiros Institucionais