No primeiro semestre, o volume de amêndoas processadas cresceu 10,3%, para 110,9 mil toneladas, segundo a AIPC

A retomada econômica e o avanço da vacinação contra a covid-19 no país, que está começando a conter a alta de casos e mortes causadas pela doença, estão colaborando para que a indústria processadora de cacau, base da cadeia do chocolate, se recupere neste ano.

No primeiro semestre, o volume de amêndoas processadas cresceu 10,3%, para 110,9 mil toneladas, segundo números do SindiDados compilados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). Em junho, a moagem chegou a 17,4 mil toneladas, alta de 30,5% em relação ao mesmo mês de 2020, quando foram processadas 13.319 toneladas.

“O crescimento neste ano tem relação com o avanço da vacinação e a melhoria do cenário econômico em relação ao ano passado. Com a melhora da pandemia, a tendência é que neste ano tenhamos números de moagem melhores que em 2020”, disse Anna Paula Losi, diretora-executiva da AIPC, em nota.

Para garantir cacau suficiente para atender a demanda em recuperação, as indústrias aumentaram as importações. No primeiro semestre de 2021, o volume importado da amêndoa alcançou 38 mil toneladas, um aumento de 65% em relação ao mesmo período do ano passado.

A base de comparação, porém, é pequena, já que as importações em 2020 caíram para nível abaixo da média histórica por causa da pandemia. Enquanto em junho deste ano as indústrias importaram 7,5 mil toneladas, em junho do ano passado, as compras foram canceladas.

As importações no último semestre também ajudaram a cobrir a quebra da safra principal, que terminou de ser colhida em abril. O volume de cacau colhido no país recebido pelas indústrias ficou em 84,2 mil toneladas, uma queda de 2,1%.

A safra temporã, em contrapartida, tem apresentado um desempenho melhor e pode garantir oferta para os próximos meses. Em junho, o volume de cacau recebido pelas indústrias foi de 34 mil toneladas, uma alta de 29,8% na comparação anual. A diretora da AIPC ressaltou, no entanto, que ainda é cedo para avaliar se esta safra temporã será melhor que a do ano passado.

A Bahia segue na liderança na produção de cacau. No primeiro semestre, os produtores do Estado entregaram às indústrias associadas à AIPC 59,5 mil toneladas de amêndoas, uma alta de 49,5%. Já os recebimentos do Pará caíram 50,7% no primeiro semestre de 2021, para 20,4 mil toneladas.

Com o aumento da produção, as indústrias processadoras também aumentaram as exportações de derivados, como manteiga e pó de cacau. No semestre, foram exportadas 26,6 mil toneladas, um incremento de 10,9%.

Já em junho, as exportações de derivados recuaram 4,4%, a 3.767 toneladas. Os principais mercados compradores no mês foram Argentina (56,54%), Chile (18,93%) e Estados Unidos (16,41%).

 

Fonte: Valor Econômico