O cultivo tem se expandido para várias regiões do estado, com técnicas novas.

O cacau, matéria-prima do ovo da Páscoa, tem batido recorde de produção na Bahia. O cultivo tem se expandido para várias regiões do estado.

Protegidos do sol pela Mata Atlântica, os pés de cacau crescem no sul da Bahia. O sistema de lavoura associada à floresta, chamado de cabruca, atravessou os séculos e ainda é responsável por 80% da produção do estado.

Segundo a Secretaria estadual de Agricultura, o modelo ajudou a preservar 8% da floresta no sul baiano. São 420 mil hectares distribuídos em mais de 80 municípios.

No oeste baiano, uma nova técnica tornou capaz de se produzir cacau num sistema que não exige sombreamento. Cada muda vem com um QR Code que rastreia a planta desde a produção até a colheita.

“Aqui no cerrado, há uma quebra de paradigma. Na verdade, a gente está trazendo uma muda que tem uma adaptação que ela está pronta para poder ser plantada até a pleno sol”, explica o agrônomo Victor Amorim.

“Nunca pensei em produzir cacau numa região que se dizia inóspita para produção de cacau”, diz o produtor Antelmo Farias.

No ano passado, a Bahia produziu mais de 140 mil toneladas de amêndoa de cacau, um aumento de 40% em relação a 2020. O aprimoramento na produção aposta também na educação. Centros estaduais de educação profissional de três cidades baianas implantaram fábricas-escola.

“As expectativas são amplas. Estamos numa cidade realmente cacaueira e um curso técnico nos ajuda nisso e a gente tem expectativas de conseguir um emprego nessa área do cacau”, afirma a estudante Laura Massena.

O cacau que sai da Bahia atravessa fronteiras. Num dos principais concursos internacionais de cacau de excelência, em Paris, dois produtores baianos foram premiados: um deles com medalha de ouro pela variedade catongo, de amêndoas claras e notas de caramelo.

O Brasil é o quinto consumidor de chocolates do mundo e é um mercado que só faz crescer. O setor de processamento do cacau no Brasil prevê para este ano um crescimento de 5%.

Numa rede de lojas que comercializa chocolates de fabricação própria, as vendas subiram mesmo na pandemia.

“Gira em torno de algo de 40 a 50% que nós aumentamos as nossas vendas”, diz Alexandre Soeiro, gerente de operações.

Fonte: Notícias G1 – Jornal Nacional

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