Premiação tem previsão de decisão em outubro. Fruto é cultivado em fazenda na cidade de Uruçuca e pode ser classificado como o melhor do mundo.

O cacau produzido em uma fazenda de Uruçuca, na região sul da Bahia, está entre os 50 finalistas da premiação que reúne os melhores do mundo no Salão de Chocolate de Paris. A competição seleciona o fruto e avalia várias etapas no processo, desde o cultivo até a degustação, sendo a última a transformação em chocolate e análise dos jurados.

O fruto é cultivado na Fazenda Leolinda, que desde 2012 mudou a forma de tratar o plantio do cacau. Segundo o produtor rural João Tavares, a qualidade se deve à forma como é conduzido o processo, desde o a plantação até a colheita, secagem e envasamento para as vendas.

“É importante como essa membra de cacau chega na casa de fermentação, o tempo como ela vem acondicionada. A parte da fermentação, como é conduzida. Depois a gente tem a secagem em dois estágios – a pré secagem feita em telas suspensas, tem uma aração, uma secagem muito lenta”, explica.

“E depois uma finalização nessas estufas plásticas convencionais. Depois esse material é classificado por tamanho, por densidade, limpo e envasado para comercialização”.

A mãe do agricultor, Angélica, de 81 anos, também teve amostras produzidas na fazenda e está entre as selecionadas para o concurso. Segundo ele, as amostras têm tom adocicado e alcoólico.

“Uma dessas amostras é o catumbo, uma variedade que é branca. Ela traz notas de malte, de nozes, amêndoas e alguma coisa floral. Então é uma novidade a nível de mundo. Outra variedade, específica da fazenda Leolinda, é uma com notas de uísque. Ela realmente tem uma alcoólica, doce. É uma coisa diferente”, disse João.

A gerente de qualidade do Centro de Inovação do Cacau (CIC) em Ilhéus, que participou da seleção das amêndoas enviadas para o concurso, disse acreditar no potencial competitivo das amostras. Segundo ela, o sabor diferenciado do fruto brasileiro atrai o interesse de todo o mundo.

“Isso que é o mais emocionante: não dá para definir o Brasil em um sabor. Somos uma origem que tem uma complexidade de sabores. E ela muda quando esse cacau é produzido na Bahia, no Espírito Santo ou produzido no Pará. E isso vem atraindo o mundo”, afirmou.

O resultado está previsto para ser divulgado em outubro. Até lá, as amostras serão avaliadas na última fase de testes, onde as amêndoas são transformadas em chocolate.

Todas as amostras selecionadas passam pelo mesmo preparo e serão encaminhados a jurados de várias partes do mundo, que irão concluir o resultado baseado em questões sensoriais e individuais. E a expectativa é que o sabor baiano conquiste o paladar do júri e fature a premiação do torneio internacional.

 Fontes: Mercado do Cacau / G1