A Climate Bonds Iniciative, organização sem fins lucrativos sediada em Londres voltada a conectar investidores e projetos para mitigação das mudanças climáticas, anunciou a formação de grupos técnicos que vão estabelecer critérios para certificar a emissão de “climate bonds” para investimentos na agricultura.
Em fevereiro, foi criado um grupo técnico de trabalho agrícola e, em abril, será estabelecido um grupo de trabalho industrial. Os dois grupos reúnem representantes de investidores, acadêmicos, setor público, organizações ambientais e agrícolas e órgãos internacionais.
Eles estabelecerão os critérios de elegibilidade de projetos agrícolas de baixo carbono com base em critérios científicos, dentro do padrão de “climate bonds”.
Os grupos discutirão critérios específicos para culturas agrícolas anuais, cultivo de arroz alagado e sistemas agrícolas perenes, como agrofloresta, pomares, café, chá, cacau e óleo de palma. Também serão discutidos critérios para pastagens para gado e manejo de dejetos na criação de animais, além de projetos de agricultura controlada, como estufas e hidroponia.
O trabalho da Climate Bonds Iniciative ocorre em paralelo aos estudos do grupo técnico de especialistas da Comissão Europeia em finanças sustentáveis, que também está desenvolvendo critérios para financiamentos sustentáveis na agricultura. Segundo a organização, os dois estudos deverão, quando possível, se complementar.
No mundo, investimentos na agricultura representam uma parcela ínfima das emissões certificadas de “climate bonds”. Em 2017, aportes em agricultura e florestas representaram apenas 1% do valor dos “climate bonds”. Em 2018, a organização disse que os investimentos “continuaram pequenos”.
Segundo a Climate Bonds Iniciative, a definição de critérios provavelmente vai “catalizar investimentos e podem ser usados por governos para estabelecer regulações ou recomendações para a descarbonização do setor”.
Fonte: Valor Econômico